Esse sempre foi um ótimo dia quando eu era pequeno. Geralmente as aulas de educação física, inglês ou natação, eram marcadas pras segundas, quartas e sextas. Assim terça era um dia livre de "compromissos". A terça também era o dia em que o clube retomava funcionamento normal e eu podia nadar até meus dedos enrugarem. Tudo era ótimo na terça.
Depois de “adulto” (período no qual trabalhamos) passei a ver a terça de uma forma diferente. Para entendermos isso temos que partir da segunda.
Segunda-feira toca o celular, bato a mão nele e aciono a “soneca”, oito minutos(que mais parecem dez segundos) depois, ele volta a tocar. Até que tenho que sair da toca e ir trabalhar. No trabalho, toda segunda é um inferno. Quando se olha já é dezoito horas e vou pra casa. Chego tão acabado que até dormir faz com que meu corpo doa.
Chega a terça, o celular toca, normalmente eu já estou acordado. Mesmo assim bato no celular que entra na “soneca”. Ela dura oito minutos (dez horas), eu que já estou arrumado parto para o serviço. Faço tudo que me desesperou na segunda em dez minutos, e cada hora demora mais pra passar, isso vai até o final do dia.
Minha terça-feira tem no mínimo 48 horas a mais de duração que qualquer outro dia, e por estar perto da segunda(que tem um quarto de um dia normal) fica mais chata ainda.
Preferia aquele tempo que era a terça que passava rápido, enquanto meus dedos se enrugavam, em que eu não fazia nada a tarde e não tivesse que me recuperar da segunda.