Segue a descrição plagiada de um site: "O Cara Que Não Presta ao qual me refiro é aquele desgraçado que é inteligente, engraçado, divertido, culto, acha futebol um saco e nunca fala sobre carros. De preferência, ele nem sabe dirigir."
Ontem, como todos os dias, fui almoçar no restaurante universitário(RU) e como sempre algo diferente aconteceu.
Nenhuma turminha cantou parabéns para alguém que não estava fazendo aniversario, ninguém caiu com o bandejão no meio de todo mundo e também ninguém fazendo política. Estávamos todos ali para almoçar.
Cheguei por volta do meio-dia e quinze, como de costume. Vi a fila gigantesca, como de costume. E fui seguindo para o fim dela, também como de costume.
O RU daqui tem duas entradas, a que estava lotada e a outra para qual segui, chegando lá entrei sem nenhuma demora, não havia fila. Isso me levou a concluir que brasileiro é apaixonado por fila (O primeiro chega, o segundo vem atrás, 3 amigos do primeiro chegam e já cortam a fila, chega mais uma cara no final da fila, amigos do amigo do primeiro também chegam, e também cortam a fila, e assim a fila progride).
Já dentro do restaurante, com o bandejão em mãos, resolvo procurar um lugar onde pudesse ver “o povo”, sentei-me perto da onde se serve o suco. Na mesa cabem umas 10 pessoas, como eu já estava sentado faltavam 9 cadeiras vazias.
Como toda mesa vazia, eu esperava que aquela fosse escolhida por algum grupo de estudantes, me enganei.
A primeira a me acompanhar foi uma freira, isso mesmo, uma serva do senhor. Veio um casal, aparentemente normal, e também sentou. Um hippie sujo, daqueles que vendem coisas nas calçadas sentou-se, colocando sua sacola na cadeira do lado. Um grupo de garotas se sentou também, três ao todo, com roupas de um colégio particular daqui.
“Nunca vi uma mesa tão estranha”, pensava entre uma garfada e outra naquela carne que parecia sangrar.
Como se não fosse estranho bastante o fato de estarmos todos nós na mesma mesa, comendo, comecei a reparar nas atitudes desse pessoal.
O grupo de garotas, sem idade e sem noção, cochichava algo olhando para um dos membros da mesa, e quando esse olhava, elas caiam em risinhos típicos de adolescentes. Os mais afetados por esses risinhos eram o hippie, que achava tudo “legal”, e a rubra freira.
Como em todo grupinho de meninas sempre há uma bonitinha, naquele não podia ser diferente, ela sentava-se a minha frente. A menina era estupidamente linda, com um olhar inconseqüente e sorriso jovial. Daquelas meninas que por mais que você não queira olhar, acaba olhando. Nisso o cara que estava com a namorada acabou se ferrando, pois a namorada dele o viu admirar a ninfa sentada na minha frente. Começou uma discussão na mesa, a guria não ficou berrando, mas cada olhar em direção ao seu namorado era frio como vento polar. As meninas riam até da beterraba que saltara da bandeja.