Copo de uísque

Um Cara Que Não Presta

Segue a descrição plagiada de um site: "O Cara Que Não Presta ao qual me refiro é aquele desgraçado que é inteligente, engraçado, divertido, culto, acha futebol um saco e nunca fala sobre carros. De preferência, ele nem sabe dirigir."

Sempre fui um garoto inocente. Lembro como se fosse hoje quando ganhei minha primeira moeda. Em 1994 meu pai, funcionário de um banco, me levou para o cofre da agência, pediu por uma janelinha, que ficava em um lugar mais alto que eu (que tinha apenas nove anos), e vi uma mão saindo e jogando cédulas e moedas na mão de meu pai. Ele abaixou, olhou para mim e disse:
- Rafa, abra a mão.
Sem pestanejar fui abrindo a mão. Ele colocou algumas notas em minha mão, todas novinhas, com cheiro de dinheiro novo. Constatei que eram os animais em extinção, e ficaram realmente bonitos desenhados ali.
- Filho, você sabe quanto vale essa daqui?
- Sei pai, um real! O moço da TV disse que valia dois mil, setecentos e alguma coisa de cruzeiros reais.
- É, 2750.
Nisso ele colocou em minha mão, pequena mão, uma moeda de cinqüenta centavos, perguntando quanto aquela valia.
- Essa não vale nada pai.
- Como assim?
- Moeda não vale nada, ou vale?
- É filho, na verdade antes dessa não valia muita coisa. Agora essa vale, você vai poder comprar balas e chicletes com essa daqui, e não vai ser pouco. Cada uma dessa vale metade de um real, ou ainda, 1375 cruzeiros reais. E o melhor, se tudo der certo, amanhã você não vai precisar de mais para comprar o mesmo tanto.
- Legal!
- Agora você pega uma “moeda” de um real pra você, e leva uma pra cada um dos seus irmãos. O “dinheiro” você leva pra tua mãe.
- Pode deixar...
É claro que troquei minha moeda por uma cédula, afinal, meu pai disse que aquilo era dinheiro, o resto era moeda...Ah, inocência...