Tudo cai, a noite traz estrelas e a lua,

Entre sóis vejo um ponto opaco

Já não sou o mesmo cara

Tenho o pó em meu suor

Os olhos vacilam em plena madrugada

E o sono ataca como o lobo à sua ovelha

Mas eu não sou a ovelha,

Mas o sono não é em mim

É tudo como sorriso em meio a lágrimas

É tudo falso como nota de 20

E tudo é pouco,

Enquanto o que quero é nada

Não importa se meus dedos vão congelar

Eu vou ao topo, ah...eu vou

E se alguém puder, que tente

E se alguém quiser, que morra

Meus 21 anos me impedem de ter 40

Meus 21 anos me impedem de te 15

Traga-me o whisky garçom

Traga-me um sorriso num copo

Um poema num copo

Um poema sem musa,

Ou com musas demais, tanto faz

Traga-me vida, em um copo sujo

Já não tenho nojo

Quero apenas um copo,

Que seja um copo

Até sua boca, cheio

De amor e de ódio

Pois já não sou o mesmo cara

Tenho tudo e tão pouco

Estou embriagado e confuso

Que acendam os fogos

Pois sim, eu morri

Dentro de um contexto no qual

É, nunca nasci

Dê-me ar e um pouco de amor

Num jarro do seu melhor doze anos

Dê-nos a vida que tanto sonhamos

Dê-me prazer...

Visão opaca, idéias contraditórias

Sonhos fracassados e nada mais

Alma descolada e perdida

Vaga sem sentido

Sem sentido é o fim

Que é fim desde seu começo

Sonho perdido desde seu começo

Mas é hora de novamente fechar os olhos

Olhos opacos, apáticos

Que se fecham a noite

Como um sorriso num copo de whisky

Sonhando com o fim

Que já é fim desde seu começo

É, não sou mais o mesmo cara.