Copo de uísque

Um Cara Que Não Presta

Segue a descrição plagiada de um site: "O Cara Que Não Presta ao qual me refiro é aquele desgraçado que é inteligente, engraçado, divertido, culto, acha futebol um saco e nunca fala sobre carros. De preferência, ele nem sabe dirigir."

Solidariedade...passe adiante

terça-feira, julho 11, 2006
Hoje vou contar a vocês uma história hilária, dessas que você ouve pensa é mentira, que o “contador” é um belo sarrista e que literalmente é impossível tal fato ter acontecido. Pois aconteceu, e aconteceu com um amigo meu (sempre é com amigos do trovador, certo?), aqui pertinho de casa. O nome dele é Fernando, típico japonês-metaleiro-com-jeito-de-emo, daqueles que tem cabelão e correntes no pescoço.
Estava ele, o Fernando, dia desses voltando para seu apartamento. Ele é boyzinho e seu pai o sustenta enquanto esse faz faculdade de história e vai a shows. E era de um show desses que ele voltava. Bandinha boa, aqui da região mesmo, de um guitarrista louco que faz um solo do iron com a boca.
Quando chegava ao estádio, em frente a seu apartamento, silêncio danado estava ali, Fernando tropeçou e caiu de boca! (hehhe) Brincadeira...
Passando pelo estádio o nipo-brasileiro, um tanto quanto trololó por causa da bebida, sentiu que estava sendo seguido. Virou para trás e realmente, dois sujeitos vinham em sua direção, olhando para ele. Ele, esperto, virou pra frente e apertou o passo. Olhou novamente e os “marginais” estavam mais perto. E ao virar pra frente... (momento de tensão) ...
- Tá com pressa nego!?!?
Fernando no susto travou. Mas logo viu que era um terceiro sujeito e que os dois outros já tinham chegado nele.
Nesse momento vocês podem estar pensando “porra, mas cadê a comédia”, e eu digo “prestem atenção”.
Travado entre os três sujeitos tentou se safar:
- Calma pessoal, nada de violência...
- Cala boca japa!!! – gritou um de lado
- Passa a carteira que você sai de boa... – o que parecia o líder explicando os fatos
Meu amigo entregou a carteira a esse. Porém, na carteira só havia uma nota de dois reais.
- Porra gordinho, mas só uma tartaruga, num dá nem pra dividi... Passa a porra do celular. Boyzinho que nem tu deve de ter celular de chips chei de crédito...
Tirando o celular do bolso, um nokia daqueles bem antigos, foi medo que se ouviu na voz de Fernando...
- Na verdade não cara, nem tem crédito, nem é de chip...
- Mas que porra é essa mermão... tá louco? – o “chefe” vindo pra cima.
Fernando tinha certeza que ia apanhar. Quando o cara olhou pra baixo.
-... e esse Fila aí? Quanto tu calça gordinho...?
- 42!
- Fechou, passa o tênis então! Essa porra num é da China não, né?
- Não, mas cara, você vai me tirar o tênis? Como vou pra casa? Moro longe daqui. – mentiroso, morava a dez metros...
- Eu quero que você se f%#$%#!!!! Passa o tênis.
Fernando, que tinha sido parado por três caras a dez metros de casa, sem uma viva alma na rua, que tinha só dois reais na carteira, um celular velho, estava agora tirando o tênis que tinha ganhado do seu pai. Impossível de não se comover, e aí entra a parte mais engraçada. Até o ladrão se comoveu, isso mesmo. Após vestir o “Fila”, olhou pra Fernando, para o celular no chão, pra carteira vazia, para o tênis que acabará de colocar e disse:
- Pega o meu para não ir descalço.
(Fala sério, o cara ainda foi gente boa. Depois falam que só por que o cara é ladrão não presta, não está nem ai... Mentira!!! hahuhauu!!!!).
Sabem o que meu amigo fez? Vestiu o tênis do cara e foi embora. “Ta no inferno, abraça o capeta”...
E aqui pensando com meus botões, acho que quem se deu mal foi o cara, o chulé do Fernando, ninguém merece...