Copo de uísque

Um Cara Que Não Presta

Segue a descrição plagiada de um site: "O Cara Que Não Presta ao qual me refiro é aquele desgraçado que é inteligente, engraçado, divertido, culto, acha futebol um saco e nunca fala sobre carros. De preferência, ele nem sabe dirigir."

Em todos lugares

segunda-feira, fevereiro 12, 2007
Lá em cima:
- Sempre gostei do Joãozinho, menino sapeca, presença assídua ao fundo das salas de aula, num mundaréu de piadas que me entretinham, fazia-me – e há muitos como eu – gargalhar. “Lembra aquela do Joãozinho?”. Uma melhor que a outra. Joãzinho sempre foi malandro... Só podia ser carioca.
Chegou ao céu e já puxou as barbas de São Pedro. São Paulo por perto se pôs a rir, e logo estava ganhando um belo “cuecão” do garoto. A velha tia Cotinha, primeira professora do menino, corria desesperada na direção oposta à que o menino seguia. Joãozinho se sentiu em casa, logo, pegou sua camiseta do Botafogo (se apaixonou time aos dois anos, quando descobriu o sentido literal de “bota-fogo”) e foi jogar com alguns Pedrinhos e Juquinhas. Não deu meia hora e todos estavam contentes ao seu lado.
- É... Realmente, meu filho. O céu nunca será o mesmo.
- Nem a terra, minha mãe... Nem a terra!

Aqui em baixo:

João, menino de seis anos, carioca, morreu após ser arrastado por sete mil metros por um carro, preso ao cinto de segurança. Vira notícia pelo Brasil e pelo mundo. Mais uma vez fica escancarada a situação que o Brasil vivencia.
O tema pena de morte volta a ser discutido em colégios, bancas de revistas, carrinhos de lanche, no domingão em família. Nossa legislação é obsoleta e cheia de brechas. Temos assassinos entre nós devido a isso, a morte já é liberada, só é errada para fins produtivos.
Meu pai sempre me ensinou: “um erro não justifica outro”. Mas será que esse já não é “o outro”? Já nem me sei qual foi o primeiro erro. Erraram ao criar a desigualdade social que nos cerca. Erraram quando transformaram o jeitinho brasileiro em regra. Erraram ao deixar que o crime compensasse no Brasil.
Está na hora de consertar as coisas. Fazer justiça. Justiça mesmo, diferente daqueles policias da GCM que andaram batendo em alguns garotos que iam pro jogo com trouxas de maconha e papel seda. É levar a coisa a sério. Os deputados e senadores eleitos votando leis (incluindo ou não pena de morte) que sirvam para todos, mas com suas especificações regionais. Os juizes aplicando essa legislação de forma rígida e efetiva. Todos os policiais trabalhando de forma honrosa e coesa. E nós cobrando deles as suas responsabilidades e a nós das nossas.

Mais abaixo:

“Quantos Joãozinhos já foram esquecidos pela história? Mas esse não! Esse vai ganhar uma praça para sempre ser lembrado! A Prefeitura do Rio de Janeiro se orgulha de dizer isso. Tudo bem, é uma praça qualquer em algum canto da cidade. Tudo bem, ela é bucólica como disseram na tv, mas ainda assim....”
- Haha! Esse ai já é meu!...
- Ué? Por que fechou a cara, ó Poderoso!
- Seu verme, não vê o que está acontecendo. Pensa só que inferno que vai virar isso aqui se mudarem a legislação e começarem a mandar gente pra cá? Sou só um, porra!
- Mas são suas almas, senhor todo poderoso das trevas eternas...
- Cala boca Sadam!!! Tenho que fazer meus contatos...
Tuuu....tuuuu...tuuuu
- Central Globo de Jornalismo. Boa noite!
- Me passa pro Bonner! Agora!
...
“...sendo assim, a Globo, e as autoridades competentes, são unânimes na afirmativa que não é adequado fazer mudanças na legislação numa situação onde os sentimentos estão à flor da pele, devemos esperar(esquecer)...”
“...boa noite e até amanhã.”

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