Somos um
Sou eu, Sou eu
Que era dois em um
Agora dois quartos de algo maior
Porque contigo sou um
Sou eu, Sou eu
Minhas metades completas
Completas por algo muito maior
Contigo sou um
Sou eu, Sou eu
Quatro braços, quatro pernas
Tudo de algo maior
Agora sou um
Sou eu, Sou eu
Todo fim é o primeiro passo do inicio
E com uma decepção ele começou
Sem decepções resolveu tentar
Uma dama encontrou num bar
No banheiro o cupido lhe avisou
No banheiro sentiu o cheiro do ato
Ato futuro que logo era presente
Entre sorrisos a conquistou
Sabia o que dizer e como...
Sabia como agir, a fez sorrir
Seria possível criar uma paixão?
Boa pessoa ela, por que não?
Sorrisos, beijos, telefonemas, visitas...
Gepeto e seu boneco sem vida
Mas ele a avisou, ela sabia
A fada madrinha não se importou
Logo a paixão se levantou
Mas a gangorra pendeu para o lado dela
Ele, leve de sentimentos
Um perfeito cavalheiro negro
Como dizer que ele não queria?
Se já havia dito antes
Covarde, um trabalho arranjou.
E o quase-namoro acabou
Os amigos brigaram: “ela era boa demais”
O trabalho novamente a solução
Mas a verdade era uma só no final
Tudo começou sem paixão.
O Amor faz com que meu coração bata forte contra minhas costelas. E somente quando estou longe de ti e ele acalma, sinto que sangra. Sangra cortado pelos choques que sofreu. Sangra cortado pela saudade que surge. Ah, como eu queria que ele batesse sempre com a força de quando estás ao meu lado. A força do amor me anestesia e torna leve. A força do amor me deixa de pé para poder te pegar no colo e jogar para o alto. Colocar-te há um dedo do céu...
Novamente com pressa, entro no mercado e procuro alguma informação:
Eu - Oi, você pode me informar onde ficam as panelas?
Atendente - Que tipo de panela?
Eu - Tanto faz, elas ficam todas juntas, não?
Atendente - São separadas por tipo.
Eu - Ok. To afim de fazer uns ovos, preciso de uma daquelas que são redondas e baixas...
Atendente - Ah! Então você precisa de uma frigideira!
Eu - É isso mesmo! Não lembrava o nome...
Antendente - Ahm...
Eu - ... e onde encontro as frigideiras?
Atendente - Ah! É fácil! Sabe onde ficam as panelas?
Eu - ...
Eu - ... por acaso, você já trabalhou em alguma
farmácia?
Hoje, estava indo para o serviço e resolvi passar numa farmácia para comprar um remédio (não, meio quilo de carne, seu tonto), sugerido por um amigo, para uma afta que estava me incomodando. Como eu estava meio atrasado, a visita àquele lugar deveria ser rápida. Chegando lá:
- Boa tarde! Posso ajudá-lo?
- Claro! Gostaria do remédio “tal”!
- Ah...você está com afta? Ou é para outra pessoa?
- Pra mim mesmo! – respostas curtas pra mostrar que não estava a fim de conversas.
- Eu tenho “esse outro” que é bom.
- Não, eu quero o “tal” mesmo, obrigado! – mudando o tom da voz e olhando o relógio.
- Você sempre tem afta ou só agora? – falou finalmente pegando o remédio.
- Na verdade – quando falo “na verdade” é que já estou puto – eu sou soro positivo, e tenho umas trinta aftas embaixo de minha língua, sabe como é né?
Nisso, o cara ficou verde, azul, cinza, preto, rosa, amarelo e “cor de vômito” tudo de uma vez só.
- Hehe! É brincadeira, tive uma febre e estourou a afta, nada grave! Preciso de prescrição pra levar? – apontei para a tarja vermelha voltando há olhar as horas.
- Na...não!
- Onde eu pago?
- Ali...
- Obrigado.
Fiquei pensando, como o cara é chato (que depois de tudo ainda pensou em me oferecer um complexo vitamínico, enquanto eu pagava a conta, que logo dispensei com um claro “não, obrigado”, do tipo, “nem fudendo”). Fiquei imaginando um “ogro” daqueles atendendo uma menina comprando “pílulas”:
- Eu queria “esse”, anticoncepcional
- Num leva esse não, o bom mesmo é “melhoral c infantil”.
- Mas isso não é anticoncepcional.
- O melhor! O melhor! Basta colocar um desses no meio das pernas e num deixar ninguém abrir. Aposto que você não engravida!
Um cara comprando viagra:
- Eu gostaria algumas pílulas de viagra – o velhinho em uma voz mais baixa que um sussuro
- Ah, Viagra! Temos sim, mas você conhece o Cialis? Muito melhor!!!
- Não, mas eu gostaria do viagra mesmo.
- Então tá, mas faz tempo que o senhor num dá no couro, ou está montando estoque pro futuro, hehe.
- Isso só diz respeito a mim e minha esposa – irritado apontou para esposa no canto da farmácia.
- Puta merda, logo se vê porque teu pau não levanta. Aquilo ali comprando fita adesiva pra dentadura é sua mulher, é?
Ah se ela fosse ciumenta:
Ela - Vai lá! Fica com ela seu cachorro! Casa com ela!
Ele - Amor, eu só ajudei a velhinha a atravessar a rua.
Ela - Eu só nhe nhe nhé....
Ele - Não adianta ficar mordendo o pé da cama.
Ela - Mordo o quanto quiser!
Ele - Além do que, daqui uns dias você acaba com ela. E não tem lugar pra dormir.
Ela - Ah é!?! Você gosta tanto assim da cama? Vai lá! Fica com ela seu cachorro! Casa com ela!
Somos carentes, todos. Isso é um fato. Carentes de atenção, de preocupações. Precisamos que alguém diga que ficamos bonitos com aquela roupa, para que, realmente gostemos dela. De alguém querendo saber como foi nosso dia, e alguém que nos dê uma bronca por enrolar para ir ao médico. Sim, meus amigos, somos carentes.
Quando chega o momento em que começamos a pensar além de nós. Começamos a nos relacionar com uma pessoa especial, sentimos essa carência em nossas peles. E muitas vezes sem notar já estamos, também, nos preocupando com a pessoa amada. Surge então o ciúme.
Ah se ele fosse ciumento:
Ela – Gostou do vestido, amor?
Ele – Meio estranho
Ela – Esse?
Ele – Amor, você tem essas cochas gostosas. Tem que mostrar!
Vendedora – O que você é dela?
Ele – Namorado, pq?
Vendedora – Puta que pariu...
Ciúmes de todas as formas se encontram por ai. É claro que algumas mulheres fazem maior escândalo, outras menor. Uns homens entram mais em brigas, outros estão cagando e andando. Mas o importante é que todos tenham ciúmes. É bom pra relação, sabe? O que mostra mais facilmente que alguém se preocupa com você do que os ciúmes demonstrados?
Ficar com mulher que não é ciumenta é como dançar com a irmã no baile, sacas? Não rola, não tem graça. É como se você fosse tão feio que não haveria por que se ela preocupar.
Instituto Buteco Rock n’ Roll demonstra através de pesquisas com homens “de mulher ciumenta”, que:
- 90% dizem que elas são ótimas de cama;
- 5% dizem que elas são boas de cama;
- 5% ainda não tiveram relação sexual, mas estão loucos pra experimentar, principalmente depois do depoimento dos outros 95%.
Quando eu era pequeno meu avô me ensinou como reconhecer o tempo e o clima. Nunca tentando me transformar em um meteorologista do jornal nacional. Mas sim, passando o conhecimento de anos de vida. Dentre todas explicações dele, a que mais me chamou atenção foi sobre a Dama Chuva:
“Assim ela vem primeiro, você sente seu perfume. Não se engane o perfume é único. Depois somente os que têm coragem sentirão o gosto de seus lábios... Não importa o estardalhaço que ela faça, sempre é bela, a dama chuva.”
Ainda muito moleque só conseguia imaginar uma dama selvagem, a qual eu teria que domar. Mas com o tempo o perfume se tornou apenas a terra molhada, o gosto insípido, o estardalhaço trovões e a dama apenas água. Até que um dia fechei meus olhos.
Porém, essa dama não gosta de ser desprezada. Não por alguém que aprendeu a conhecê-la, sentir seu perfume a distância. Mesmo que esse pareça ter esquecido, ela não o esquece. Um belo dia deitei num banco de praça, cansado num cochilo quando sinto um pingo d’água em minha face. Com ele veio o inebriante perfume.
- Nem adianta! Não vou sair daqui!
Começou a chover, cada vez mais forte. E logo se ouvia trovões, que certamente viriam de raios cortando o céu. Com meu corpo encharcado só pensava que tudo aquilo era apenas água, apenas barulho.
Mantinha os olhos fechados, mesmo com todas as gotas que caiam sobre ele. De repente, porém, sobre meu peito, pousou algo leve, como um carinho em meio a pedradas. Sentei e olhei. À minha frente postava-se a dama mais bela de todas, com a mão sobre meu peito. Seus cabelos castanhos e lisos escorriam em água. Seu sorriso era branco como as nuvens do céu.
- Mas, quem é você? – perguntei segurando a mão em meu peito.
- Não me reconheces?
- Não pod...
Nesse instante fui beijado, um beijo doce, impossível de detalhar. Fechei meus olhos para aproveitar o máximo. Quando novamente os abri o céu se abriu junto, e não mais havia uma dama em minha frente, apenas um banco molhado.
Voltei para casa e lá encontrei meu avô que me olhou e disse:
- Finalmente tomou coragem e conheceu a dama?
- É vô...é vô...
Finalmente, após anos de desencontros, os dois amigos – Petrósio e Astrogildo – se encontram na academia...
- Petrósio, meu filho.
- Astrogildo e sua mania de achar que é meu pai... hehe
- Por falar no seu pai, como está seu cachorro?
- Tá parecendo elefante, andando de quatro.
- Lavando prato?
- Nunca, desde aquele bolo de milho.
- Sua mãe só que cozinha então né Astrogildo?
- Às vezes na cozinha, às vezes na sala, às vezes no quarto. Depende o horário, né?
- Nossa, está tarde, vamos?
- Não, já disse que naquele avião eu não entro!!!
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Um tempo atrás existiu o fanzine “Flecha Atômica”. Este era distribuído em três colégios da rede. Era escrito por quatro alunos do ensino médio (Anderson – meu irmão, Clério, Daniel e Guilherme) e um do fundamental (Eu). O “Nada a Ver”, com esses mesmos personagens surgiu lá. Essa é apenas uma homenagem e recordação daqueles bons tempos.
Curiosidade: A orientadora do colégio chegou, em um momento de extrema lucidez, a dizer que “se espremêssemos o Flecha Atômica escorreria esperma”...vai entender o que ela quis dizer com aquilo.