- Pronto, comprei uma mochila pra fazer camping

- Rafael, você não faz camping

- Não fazia porque não tinha mochila

- Mentira, não fazia porque é preguiçoso mesmo!

- Ahhhh...é!!! Voltamos ao tereré então?!

- Voltamos!!!

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Sempre tentei ser o mais original dentro do possível (apesar de ter feito o “plagio autorizado” do nome “um cara que não presta”), e ver que o uso, exagerado, de pensamentos de outras pessoas visando demonstrar os seus próprios é, ao meu ver, um completo descaso para com seu próprio ser.

Não estou dizendo que eu nunca repito frases. Claro que eu o faço, porém se vai citar alguém, que diga que esta citando alguém, mesmo que você não saiba quem foi esse alguém. É fácil pra caraca fazer isso, por exemplo, como dizia Murphy (foda-se quem é Murphy) “nada é tão ruim que não possa piorar, tudo leva mais tempo que o necessário, e se algo puder dar errado, dará! No pior momento possível”.

Mas ainda existe coisa pior do que copiar alguém, que é copiar uma carta de amor. É incrível como pode existir algum ser que não consiga dizer coisas bonitas e sinceras estando apaixonado. Pra mim um “te adoro um montão” é muito melhor do que uma carta copiada da internet. Fazendo uma relação, isso estaria próximo da diferença de receber um e-mail pessoal e receber uma corrente.

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Tenho andado pro mundo, corrido atrás de aventuras, movido muitas vezes pela roda da vida, que gira, gira, gira...pare tudo!!!Já estou tonto!!! Tenho 21 e nada me parece mais sólido do que quando tinha 20. Ta certo, tem apenas alguns dias que fiz aniversario, mas chega o momento, existente a cada novo ano de vida, que se tem que traçar planos, objetivos, e, principalmente, ao meu ver, é hora de escolher a dúvida que vai me seguir por mais esse ano.

Até os 12: quem sou eu? R: Qualquer um diferente de você

Até os 15: que diabos significa se apaixonar? R:Trabalho

16: me tornar popular compensa? R: Não

17: qual faculdade fazer? R: Economia

18: como administrar vida amorosa, social, estudos e trabalho ao mesmo tempo? R: Abortar algum desses itens.

19: idem 18 só que morando sozinho? R: Fazer revesamento dos itens

20: como recuperar o que já perdi? R: Deixando de perder coisas daqui pra frente.

Mas com 21 é complicado, a antiga maioridade ainda exerce certo tipo de pressão sobre minha cabeça. Agora já não bastam objetivos que me levem apenas ao crescimento próprio. Cada vez mais me pergunto por que estou aqui, qual meu objetivo na terra. Me custa acreditar que se caso exista um deus, ele nos colocaria aqui, nesse mundo, uns diferentes dos outros, apenas com o objetivo de servi-lo e adora-lo, buscando assim nossa vaguinha no céu. Nem tão pouco acredito que simplesmente evoluímos de outras espécies, sem propósito algum, apenas comprovando a teoria de Darwin.

Pensem comigo, apesar de todas teorias da ala feminina sobre todos os homens serem iguais, sabemos que isso não ocorre. Até gêmeos idênticos tem suas diferenças, tanto de DNA, quanto em relação a pensamento. Temos maior capacidade de raciocínio do que todas as outras espécies de animais, por tal fato nos denominamos racionais.

É impossível, ao meu ver, que o sujeito nasça apenas para trabalhar das 8 as 18 com intervalo de uma hora e meia para o almoço, chegue em casa, assista jornal, jante, mande os filhos pra cama e vá transar com a esposa (que nem geme pra não acordar as crianças).

Ficaria contente em saber que vim ao mundo com a razão, por exemplo, de ouvir as pessoas, ou ser um criador de uma teoria de redistribuição de renda que desse certo. Se alguém dissesse “putz, que merda” lendo esse texto, mas entendesse o que quero dizer, talvez fosse essa a minha função, ou não.

Então é isso, eis que surge a questão pra esse ano...

21: qual o sentido da vida?

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Hoje mesmo, estava andando pelas ruas e me lembrei de um momento de alguns anos atrás. Belos dias aqueles, em que minha vida se resumia àquela frase “me apaixono todo dia, é sempre a pessoa errada”, mas quer saber!?! Eu curtia aquilo pra caraça...Todo dia um risco, um novo fora, acho que decorei todos os possíveis naquela época...

Mas bem, pensando agora, cheguei a uma conclusão tudo a ver com aquela época, comecei a perceber o quanto a gente valoriza o passado (infância) . E mais do que isso, percebi também que isso tem uma maior freqüência em pessoas nascidas na primeira metade da década de oitenta. Parece babaca de minha parte, mas quantos e-mails já não recebemos relacionando produtos dessa década e começo da década de 90 com nossa infância, aquelas lembranças como Novela Carrossel(SBT, Cirilo e cia.), Lolo(Milkybar), Pirocóptero (Pirulito que voa-voa), e demais enlatados que nos eram empurrados “guélabaixo”.

Mas por que diabos nascidos no inicio dos anos 80? Na verdade eu não sei, todavia, acredito que isso tenha maior representatividade em pessoas de nossa idade devido a 2 fatores. A primeira forma de análise seria a empírica, afinal, nunca recebi um email falando “ah, como era bom aquele yu-gi-oh”, ou ainda, “como eu gostava das minhas bonecas feitas de sabugo de milho”. Pergunto a todos, alguém já viu um e-mail assim, ou uma boneca de sabugo?.

Segundo fator teria a ver que as pessoas entre 25 e 20 anos foram as que passaram pelas maiores transformações de todos os tempos durante sua adolescência. Não sou psicólogo, mas acho que é consenso que a adolescência é um período conturbado, agora imagine no nosso caso, onde se passa do Atari ao PS2, de namoros conservadores aos 12 anos para sexo casual aos 18. Essa bagunça em nossa cabeça nos leva a apreciar momentos em que não se tinha muita preocupação, a não ser a de encher o álbum de figurinhas. Nem o fato do chiclete num dia custar um preço e no outro o dobro nos preocupava. Apenas pessoas nascidas nesses anos 80-85 que acreditam que a década de 80 não foi perdida. Quem era o Sarney para nós? Com certeza alguém menor que a vovó Mafalda.

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Sentado aqui hoje me pego a lembrar de um dia próximo. Era domingo, como hoje, um domingo no qual meu sono parecia não chegar.

Na minha cabeça, milhares de pensamentos, coisas a fazer, pessoas com as quais haveria de conversar, sonhos a realizar. Coisas, em geral, comuns, que passam e passam, até o dia em que deixam de ser pensamentos para se tornarem realidades, fatos.

Nessa noite, também chovia, eu ouvi um estranho choro, o seu choro, juntamente com gritos de dor.

Era estranho para mim, acreditar que justamente a pessoa que habitava “meus pensamentos”, chorava a menos de dois metros de mim. Aquela parede havia se tornado o símbolo de minha impotência. E a vergonha, que tinha de falar com você até aquele instante, se tornara o mar frio que nos separava. A única coisa que pude fazer foi torcer pelo melhor, e finalmente você dormiu, eu não.

No outro dia nos encontramos, eu voltando da faculdade e você me esperando para fechar o portão que havia segurado. Seu olhar como sempre o mesmo, com um brilho de quem precisa de algo, precisa de alguém.

Pela primeira vez tenho coragem e puxo um assunto, sei que são só alguns degraus na escada, mas o que importa? Eu já sei seu nome. Inacreditável, como seus olhos adquirem um brilho mais intenso a cada lance de escadas.

Você pára, eu continuo, com a alegria de ter te conhecido, e quando passa-se mais um lance, você surge atrás e me pergunta, com um lindo sorriso, o meu nome.

-Rafael, meu nome é Rafael!

Repito para que possas gravar, e com um sorriso mútuo nos despedimos, e eu vou dormir, sabendo que devo te conhecer melhor, pra quem sabe eu poder ser o amigo que não vai mais te deixar chorar...

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-E o que você ganharia com isso?

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