Copo de uísque

Um Cara Que Não Presta

Segue a descrição plagiada de um site: "O Cara Que Não Presta ao qual me refiro é aquele desgraçado que é inteligente, engraçado, divertido, culto, acha futebol um saco e nunca fala sobre carros. De preferência, ele nem sabe dirigir."

“Acho que Rafa, blogsticamente falando, criou um monstro”


Engraçado isso, eu criei, segundo o olhar da Ban, um monstro. Engraçado quando descobri, que minha namorada, antes mesmo de me conhecer já conhecia meu blog, e achava um saco por sinal, propaganda enganosa e coisa do tipo. Pelo nome, um cara que não presta, pensou ela ser de um cara descolado, que brigava com o mundo, andava em sua harley com sua jaqueta preta. Está certo que um dia chego lá, mas ainda o blog era (e é) apenas um retrato fiel de mim, sujeitinho nada inovador ou revoltado. Mas a vida é assim, um belo dia nos encontramos, uma bela menina e eu, segundo o “diário não-on-line” dela, “não é bonito, mas é super simpático”. Eu, graças ao meu jeitinho “pouco” desastrado, ganhei o apelido carinhoso de homem das cavernas. Sabe quando sua namorada te chama de “ursinho”, “coisinha ti fofo” ou “mozinho da mozinha”? Então, ela me chama de homem das cavernas.
- Rafa, qual nome coloco no meu blog?
- Se eu sou o homem das cavernas, você é a mulher das cavernas...
- Mulher não, garota!


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"Dr. Stein grows funny creatures
Let's them run into the night
They become a great oppression
And their time is right"
(dr. stein - helloween)
Ele sentou e fez uma pausa.
A vida tem pausas.
Só ele não havia entendido.
Melhor, levantou-se e saiu

Foi pra longe, pra além mar
Mas não foi de barco ou avião
Bastou fechar os olhos,
E o caminhar lhe pareceu o céu

Chegou a um porto amigo
Viu sorrisos e sentiu-se em casa
E uma vez em sua casa
Não baixou a tampa após o uso

Foi preso, e pensou
“Minha segunda pausa”
Colocou seu mundo numa mochila e andou
Deixando um amigo e um cigarro

O sol lhe sorriu
O caminho agora iluminado
Encontrou sua luz em um bar
A garçonete se chamava Teresa

Nela encontrou um lar
Junto vieram as contas do apartamento
No hospital a terceira pausa
“Aqui está doutor, sua filha”

Mostrou o bom caminho
Alertou sobre os outros
Mas as coisas não foram como ele planejara
Sua menina estava na rua

Três anos se passaram rápido.
Sentado a viu chegar com gêmeos
Com a visão sua ultima parada
Cardíaca
Quando acordou sua mãe lhe mostrava o caminho...
- Puta que pariu Jorge, acorda e vai logo lavar aquele banheiro cheio de vomito!
Seu pai o apoiava nos estudos...
- Muleque vagabundo, com sua idade eu já trabalhava o dia inteiro...
Seu irmão era um grande fã...
- Não sei como podemos ser filhos do mesmo pai, seu bosta!
Sua tia Gertrudes informava o tempo...
-Ou você faz o que eu to mandando ou o tempo fecha pro teu lado!!!
Seu avô, um sábio...
-Olha aqui seu punheteiro, num é só deus que mata não hein...
Sua irmã um exemplo de higiene
-Tira a mão do saco e vem me ajudar a temperar a salada!
Pressupostos:
- Dona Joana;
- 11 filhos;
- aproximadamente 40 netos (incluindo eu)
- beata;
- paulista do interior (do tipo que fala porrrrta);
- casou pela segunda vez a poucos meses
- o marido bebe;
- língua preta (sabe aquelas pessoas que falam mal de tudo);

Quando se é criança uma avó dessas não é nada agradável, muito mais no meu caso que era um pestinha que me utilizava dos meus primos pra encobrir minhas artes. E ela como vó sabia quem fazia o que. Mas quando nos adulteramos, ops, digo, ficamos adultos, o respeito daquela velhinha fica maior, e passamos até a acreditar que ela gosta da gente. Por isso esse final de semana fomos, minha namorada e eu, na casa da dita cuja.
Entre as primeiras sentenças, voltadas à visita enquanto essa se abunda no sofá, está sempre à nota de falecimento de algum parente (primo do tio da mulher que é casada com meu primo de terceiro grau) muito amado e querido (sempre é, principalmente depois de morto). Mas o fato engraçado é o nome inventado para as doenças. Esses dias mesmo, meu tio morreu, precisavam ver como ela narrava sobre os “vrermes” que saiam do ouvido dele, e ele “caisdeque”(porque) não conseguia falar “caisquisfolazoreiafora” (quase que “esfola” a orelha fora).
- E o pior foi a ursa que atacou ele, Rafa. Precisava de vê!!!
- Mas ele não estava no hospital vó?
- Tava. Mas a ursa num teve dó e fez um buraco assim ó...
Alguns minutos e descobri que a “úlcera” do meu tio, tinha feito o sujeito agonizar seus últimos momentos.
Mas minha vó num fala só desgraça, descobri que tem uma menina muito mais língua preta que ela. Minha vó tinha ganhado duas cadelas “rótvaile”. Um dia a menina vai, brinca e brinca com uma das cachorrinhas. Ao sair a menina diz à minha avó:
- Dona Joana, eu adoraria ter um desses, mas sempre que gosto muito de um cachorro igual esse ele morre.
-Ai num deu outra Rafa, a menina saiu, a cachorra deitou e não levantou mais (nessa hora tremi na base) – minha vó com todo aquele olhar triste – Bem que eu podia ter mandado a menina beijar o cú dela (nesse momento eu engasguei).
- Cof..Cof...como vó? Beijar o cú de quem?
Ela me explicou que quando alguém ta de olho gordo em algo seu, é só mandar “beijar o cú” da coisa que “perde” o mau olhado. Já pensaram...
- Nossa, Rafael, como sua namorada é bonita.
- Gostou? Beija o cú dela! (mas nem fudendo)
Depois de acabado o almoço (sim, esse papo leve de doenças e talz foi à hora do almoço) chega o marido da minha avó, e ela já vai “pondo” um prato na mesa pro velho comer...
- Bassss, num brecizzza não, eu já almosssei
Nisso, Dona Joana, deu uma olhada pro cara, que até eu senti frio na espinha, e:
- O que?
- Nada não. – disse ele
E o velho, todo “pianinho” sentou pra comer.


Sophia acordou com um largo sorriso no rosto, sua noite havia sido maravilhosa, perfeita. Ao apertar os braços sentiu apenas lençóis. Ouviu um barulho no quarto, só podia ser ele.
-Aonde vai amor?
- Vou preparar nosso café da manhã.
A vontade de levantar e puxa-lo para cama era deixada de lado por pensamentos fortes, vindos do estomago. “Afinal, temos todo o tempo do mundo”. Ao som baixo vindo da cozinha do apartamento cochilou.
O sol entrava pelas frestas da janela e iluminava todo o quarto, impossível ficar de olhos fechados. Sophia estranhou o fato de Adolf ainda não ter voltado com o café. “Deve estar me esperando na cozinha” pensou. Levantou-se, jogou de qualquer forma o lençol sobre a cama. Ah, como ela adorava aquela cama box na qual passava momentos, os melhores, ao lado de seu amado.
Dirigia-se para a cozinha quando notou a bandeja na sala, e junto dela uma carta com seu nome na mais bela letra de Adolf...
-Amor, onde estás – se dirigindo para a carta – Tu estás querendo brincar, é?
Ajoelhou-se próximo a mesinha de centro, pegou a carta e começou a ler...
“Sophia, minha linda princesa dos dias todos...”
-Amo esse seu lado romântico, sabia? – com um sorriso bobo que ia de orelha a orelha. Sorriso trocado por lágrimas com o continuar da carta.
“...antes de mais nada queria dizer que você foi a pessoa mais importante da minha vida. Me deu presentes que eu nunca vou merecer, coisas sem valor, mas que todo dinheiro do mundo não pagaria. Você se entregou, e por isso te agradeço... Saibas que sempre fui teu, e somente teu. Me entreguei e sei que me sentirei como “uma panela vazia depois de um almoço de família” sem tua presença, mas tenho que ir...”
- Se era pra me assustar já conseguiu, agora acabou a graça Adolf, apareça. – E assim saiu desesperada a procurar em cada canto da casa, com a carta amassada entre punhos, e lágrimas nos olhos. Sem sucesso se jogou no chão de qualquer jeito. Minutos depois desamassou a carta e terminou de ler, não sabia o que fazer. Pegou suas coisas e caminhou em direção a porta. Mas ela não o alcançaria. Com raiva chutou a bandeja e cubos de mamão voaram por todos os lados da sala. Sentou e chorou. Sem mais, chorou.

Memórias Póstumas...

quinta-feira, maio 04, 2006
A tout le monde
A tous mes amis
Je vous aime
Je dois partir
(megadeth – a tout le monde)
Tanta gente querendo me ajudar,
Tantas coisas que eu tenho pra dizer
Coisas pra mostrar ao mundo
Estranho, sinto meus pés gelados.

Senti-me só, mas agora vejo todos.
Um a um, querem me abraçar.
Querem sentir minhas mãos
Estranhas mãos sem cor.

Nem todos são sinceros
Nem sempre fui eu também
Sorrisos falsos de apoio
Estranhos lábios secos...

Tudo como um jantar chique
Todos de terno e vestidos longos
Com minha cabeça no cardápio
Estranho, acabou-se a fome.

E com um abraço ela vem
Deita comigo por mais uma vez
Sinto-me completo
Estranha essa solidão

Ela se levanta e ficam as lágrimas
Apaga-se a luz, fecha-se o livro de visitas
E a barca da vida vai-se pelo rio
Estranho ver da outra margem

“Nunca vou parar... Vou me mover até na barriga do verme, que sair da minha, quando meu corpo morrer”.

Somos quem podemos ser...

quarta-feira, maio 03, 2006
"Não penetre o territória do inimigo quando o clima for desfavorável..."

O clima é sempre desfavorável. Então nem perca seu tempo comigo. Sim! Eu sou sua inimiga. E falsa, muito falsa.Não gosto de desapontar os outros. Então, tolero sua chatisse. Mesmo que você me incomode horrores, eu vou conseguir ser mais e mais falsa. Anti-ética? Não, simplesmente cordial. Não gosto de violência. Mas mesmo assim, dentro de minha mente, eu me vejo espancando você. Saber que eu sou exatamente igual a qualquer outro não me incomoda. Mas me dói saber que somos tão idiotas. Você ainda não percebeu que somos todos iguais? Coitado, tão ingênuo. Quando você olha para o lado, vê alguém e pensa: "Nossa! Que ridículo!" Advinha? Ele está pensando o mesmo de você! Me dá nojo saber o quão egoista e ignorante é a sociedade. Me dá nojo de mim também. Agora saia voando pela janela do décimo quinto andar.Quem sabe assim não te achem mais idiota que os demais. "Olha! Ele tem um diferencial!"
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Não costumo publicar textos de outro autor, mas acredito que nesse pequeno trecho ai emcima está contido muito mais do que uma revolta individual, mas sim um sentimento geral acerca dessas máscaras que nos cercam dia a dia. Não vou tecer mais comentários, deixo por vossa conta. Afinal a autora é minha namorada, Natalia e eu com certeza seria parcial.

Poemas e lágrimas...

terça-feira, maio 02, 2006
Com ela sentia-se grande, poeta.
No papel um poema rabiscado
No peito um medo da aversão.

Jamais havia notado tal fonte
Cachoeiras dos olhos corriam
O silêncio, o papel, encharcados.

Olhos nos pés, vergonha do bonito
Mas as mãos alinham os queixos
Doce sorriso que toca os lábios

Na escuridão a paz, nirvana.
O calor do amor molhado, beijo.
Dois em um em dois, perfeição.