Copo de uísque

Um Cara Que Não Presta

Segue a descrição plagiada de um site: "O Cara Que Não Presta ao qual me refiro é aquele desgraçado que é inteligente, engraçado, divertido, culto, acha futebol um saco e nunca fala sobre carros. De preferência, ele nem sabe dirigir."

Sinto saudades...de verdade
...de sorrir
...de ser feliz
...de ter com quem conversar
...das caricias dela
Caricias, que há esse tempo já são de outro
Outro que talvez não mereça
Ou mereça mais que eu
Pq fui o motivo do afastamento
Motivo, juiz e réu
Fiz o que achei certo
Mas talvez não o que eu queria
Derramei lágrimas dela
E hoje derramo minhas próprias
Derramo-as sobre o papel
Derramo-as sobre a tinta
Passamos por problemas
Mas nenhum fez sentir tal dor
Qual dor da distância
Não de alguns quilômetros
Mas de vidas
Como a protegerei?
Como cuidarei dela,
mesmo ela não estando doente?
Como serei completo?
Como serei um?
Eu não sei
João e Pedro eram irmãos, desde que Pedro nasceu, pois esse nasceu 3 anos depois. E seguindo o fluxo normal das coisas entrou 3 anos depois na escola e acabou aprendendo a ser malandro 3 anos depois. Apesar que a malandragem aprendeu com João.
Belo dia os dois ganharam paçoquinhas, de sua mãe grávida - esperava o terceiro que viria 3 anos depois de Pedro. Quando João, o mais velho resolveu propor uma aposta:
- Pedro, façamos o seguinte. Quem comer a paçoca mais rápido ganha.
- Ok.
E Pedro se impolgou a comer a paçoca. Duas mordidas e já era. Um novo recorde mundial estabelecido. Cadê o Guiness? Nisso olhou que seu irmão ainda nem tinha colocado na boca a paçoca ainda.
- Ganhei.
- Ganhou o que?
- Comi a paçoca mais rápido.
- E dai?
- Apostamos quem comeria mais rápido.
- Parabéns então. Você ganhou, agora fica ai que eu vou comer minha paçoca com calma.
- Mas...
- Uhm...boa essa paçoca hein!!
- Mas...
- Sai daqui Pedro, me deixa quieto!
- Mas...(snif, snif)....mããããããeeeee!!!!!





Um deserto e seus castelos de areia
Um reino e seus domínios
Flutuando sobre as frestas de seus dedos
Grandes vãos, grandes incógnitas
Como não perdê-los
Como não deixar passar
Bastaria fechar os dedos?
Segurar apenas o que der?
Quanto seria o bastante?
Quando seria a hora certa de segurar?
Fosse mais fácil, concreto
Fosse mais simples, fato
Fosse mais valioso que apenas areia
Ao final, bastaria baixar as mãos
Repousar castelos sobre areia
Ao final, bastaria deixá-lo ser
Aproveitar de sua beleza momentânea
Ao final, virá o vento, virá a onda

Ao final...ao contrário...acabará.
- Por que eu largaria tudo pra ficar com você?
- Você não precisa perder nada.
- Mas arriscaria. Por que arriscaria perder?
- A vida é repleta de riscos. Quanto maior o prazer, maior o risco. Eu te ofereço prazer.
- Mas prazer eu consigo de outras formas.
- Outros prazeres talvez. O que lhe ofereço é único.
- E valerá a pena?
- Não sei te dizer.
- Como não? Eu preciso saber!
- Então corra o risco.
- Você me confunde com suas palavras.
- Seus sentimentos a confundem, minhas palavras apenas tornam clara sua confusão.
- Você está me confundindo denovo. Pára com isso.
- Ok.
- Com licença, posso me sentar aqui?
- Claro, fique à vontade...
- Sabe, não sou bom com as palavras. Mas desde que você sentou aqui, sinto que rolou uma química, e queria conversar.
- Sinto lhe informar que acredito ser um erro. Isso chega a ser engraçado - ela segurou um pequeno riso - por que pensa que rolou esse clima?
Pedro esperava por uma bofetada, mas na hora em que pediu para sentar. Mas ela concordou. E depois aquilo.
Ele sempre fora um covarde por não conversar com garotas, sempre levava três, quatro foras numa noite, ou quantos fossem necessários para ele desistir. Mas ali estava aquela bela de cabelos encaracolados, tomando seu gim, e olhando em seu sentido a noite toda...ele estava sem palavras...
- Olhe...na verdade te achei deveras bela.
Ela parou o sorriso de imediato. Tomou um gole de seu destilado e novamente sorriu...
- Você não me conhece para dizer que sou bela.
- Mas eu te vejo, e digo que és.
- Pena eu não poder dizer o mesmo...
Era a segunda que Pedro levava. Mas ela o olhava tão atentamente antes dele se aproximar. Ela parecia perfeita.
- ...eu não posso dizer o mesmo - ela engoliu algo diferente de gim - pois sou cega.
Pedro parou por um momento. Entendeu que ela não o estava olhando e sim para sua própria cegueira. Entendeu porque os olhos dela pareciam mais claros que o simples azul. Entendeu tudo, e começou a rir...à gargalhadas.
- Meu problema é engraçado para você? - ela disse indignada.
- Ao menos você não tem hemorróidas - disse Pedro em meio a gargalhadas...
Ela não entendeu e começou a rir mesmo assim.
- Deixe-me explicar. - disse ele - Meu avô sempre dizia: "se alguém lhe parecer perfeito em todos os sentidos, provavelmente terá hemorróidas".
Ela não se conteve e começou a gargalhar, derramando uma ou duas lágrimas de seus olhos.
- ...ele queria dizer que...sei lá o que ele queria dizer. Mas o que quero te dizer é que te achei bela.
Nisso ela ficou rubra e como se recuperando, disse em voz branda:
- Você é belo, posso ver.

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"A beleza está nos olhos de quem vê"
- Dê-me outra dose!
- Talvez tenha passado do limite...
- Eu sou quem faço meus limites, a ti não cabe esta função.
Ela engoliu a bala que estava em sua lingua junto com o amargo ressentimento enquanto se encaminhava para o bar. Há pouco, havia conversado com Jorge, o qual acabara de lhe tratar mal, sobre o relacionamento dos dois. Ele havia aberto seu coração a ela. Ela, mais velha 10 anos, decidiu dizer apenas que ele nunca poderia tê-la entendido.
Agora ela se sentia confusa, mais do que em qualquer momento de sua vida, pois ela nunca havia sido tratada como aquele garoto tinha feito. Ele já parecia entende-la, mas ele era muito mais novo, ela tinha seus problemas, ela não queria mais um. Ela queria ser entendida...
- Aqui está seu whisky.
- Não grato, pode levar. Você está certa, passei dos limites. Desculpas?
- Você não fez nada. É que, existem tantas garotas da sua idade por ai, esperando ser decifradas por alguém como você. Não acho que valha a pena você perder seu tempo comigo.
- Olhe, me responda uma coisa, e seja sincera...Você gostaria que eu te entendesse?
- Mas o que você ganharia com isso?
- Na verdade, apenas o prazer de fazer isso. Mas para que eu conseguisse você tem que querer.
Os olhos dela se encheram de lágrimas, de uma forma que jamais ele havia visto. Ela pensava enquanto mordia o lábio inferior.
Não era fácil pra ela, nunca alguém havia sido tão disposto, e ele era apenas um garoto. Um garoto que lá tinha seu charme. Mas ainda um garoto comparado à ela.
- Você quer? - ele perguntou novamente, enquanto ela secava seus olhos - posso tentar?
- OK! Tente! Mas não espere conseguir grande coisa...
Ele sorriu como saboreando o desafio...
- Eu já consegui grande coisa.
Ela sorriu e voltou ao bar.
Eis que o sol surgiu por dentre as frestas das portas
Eis que o rei entregou sua coroa e purificou sua alma
Agora temos um novo rei, e o rei é você
Você que sempre viu o sofrimento
Você que sofreu com o poder amargo dos esnóbes
Você que esnoba aquele copo de vinho barato
Agora você não sabe o que fazer
Para ti o sol não brilha como para os outros
Ele te queima e consome pela raiz
Estás acima mas não vê abaixo
Pois teu poder é tua cegueira
Não há volta, não há volta
Mesmo que não queiras voltar
Afinal o sangue teu é encardido de corrupção
Afinal você morreu....esqueceu...apagou