Copo de uísque

Um Cara Que Não Presta

Segue a descrição plagiada de um site: "O Cara Que Não Presta ao qual me refiro é aquele desgraçado que é inteligente, engraçado, divertido, culto, acha futebol um saco e nunca fala sobre carros. De preferência, ele nem sabe dirigir."

"Ando só, pois só eu sei, aonde ir, por onde andei. Ando só, nem sei porque"

Me sentia assim, andava para o mundo.
Gostava de ser só, sem motivo, apenas por ser.
E se era assim, me bastava.

Assim era, mas você me veio
Ensinou-me que andar podia ser diferente
Ensinou-me a andar junto

E juntos andamos, de um lado para o outro
Só ando, pois eu sei pra onde vou
Só ando, porque é com você

Mas o caminho ainda é grande
Nele encontramos pedras, e outros
Não podemos cerrar os olhos, nem sorrisos.

Agora ando junto e me basta
Ando contigo, e me basta
Você é meu motivo
Hoje em dia conhecemos diversas pessoas pela internet. Através da qual, podemos ser o que quisermos, e a outra pessoa vai acreditar que somos exatamente daquele jeito. Nos tornamos simpáticos, aventureiros, corajosos, fortes, sensíveis e sobre tudo, bonitos. Tudo na dose que seja satisfatória para o nosso ego. Qual a chance de conhecer aquela pessoa que mora do outro lado do mundo? Mínima. Então, não há preocupações em ter que mostrar a verdade depois. O problema surge quando conhecemos a pessoa. E isso que aconteceu com uma prima minha e um carinha da internet.
Sabe aquele cara que consegue ser tudo de bom na internet, e quando chega no vamos ver fica tímido? Então. O cara é o ser mais lento que vi no mundo. Minha prima havia se deslocado 70km pra encontrar o cara, dar-lhe a chance de ficar com ela. E ele sem pronunciar uma palavra sequer. Fazia um mês que mantinham contato pela internet. O cara já havia feito até moral com a sogra (pela net). E me surpreendeu, enquanto macho-predador, ouvir por parte dele que nunca haviam falado em “ficar”.
Ficaram a tarde toda sentados, um do lado do outro, tímidos. Na sala, dois casais, eu com minha namorada, e eles dois. Eu e minha namorada nos beijávamos pra ver se animava o casal, mas nada. Depois deixamos o dois a sós para conversarem, e nada. Quando fomos ver como estavam, estava um pra cada lado.
Não conseguia entender. Um mês conversando, a guria se desloca 70km, e não acontece nada? Coisa estranha. Perguntei pra minha prima, o que se passava.
- Rafa, sabe quando parece que não é pra acontecer.
Ainda não era uma boa explicação. Cheguei pro cara e fiz um teste.
- Cara, fala chiclete.
- “Chicléééétiich”
Caso encerrado. Ele queria ser amigo(a) dela.
Hoje o dia foi quente, estupidamente quente...
Quente de fazer pêlos escorrerem com o suor
Hoje o Sol estava violento, impiedoso.
Queimava pernas de formigas inocentes...

Hoje o amor foi resfriado, a chama foi selada.
Sem ouvir a voz, sem o abraço aconchegante.
Explodindo dentro do peito como o Sol no céu
Coberto de uma manta de rocha fria, nome: distância.

Hoje o serviço foi corrido, puxado.
O intervalo reduzido por um objetivo não obtido.
Aula terminada com afinco, sob teto magmático.
Volta merecida para o templo de saudades.

Hoje, finalmente, arrumei o chuveiro.
Pude sentir cada pingo cair sobre meu corpo
Longe de toalhas, janela ou boxe.
Pele macia, mãos enrugadas de prazer.

Hoje, em meu rosto, sorrisos e lágrimas,
Mistura de realidades e sonhos
Quando a pior coisa é a falta da melhor
E a melhor está prestes a acontecer.

Hoje conversei com conchinhas do mar
Elas falavam de amor e desejo...
E cantei Pink Floyd, uma utopia.
“How I wish, how I wish you were here”
Ah...o cheiro da chuva, da grama cortada...
Sibipirunas, Ipês, cobrindo o chão de amarelo e roxo...
As pedras desenhando a trilha para casa
Lembranças que na memória mantém...

O dom de apertar o cigarro de palha
A arte de colher e bater o café
A felicidade de ensinar uma criança a andar...
Memórias que a vida marcam...

A busca pelo amor da escolhida
Os rios, os prados, com amigos bêbados...
Festa na chegada da longa viagem
Vida que na história fica...

Noções de espaço e tempo
Nomes amigos, rostos antigos
O reconhecimento de seus próprios netos e filhos
Histórias, vida, memória que o Alzheimer apaga
Alguém já ouviu falar que crianças desnutridas têm seu desenvolvimento retardado? Então meu povo, isso é a mais pura verdade. Eu sou a prova viva disso. Com treze, quatorze anos, eu já notava diferenças. Meus amigos já tinham pêlos embaixo do sovaco, enquanto eu era liso de tudo. Enquanto com 17 todos meus amigos tinham barba, eu estava contente de finalmente ter pelo no sovaco.
Barba de verdade nunca tive, o que tenho é a Pri. Também conhecida como preguiças capilares. Esse nome foi dado pelo fato dela ter preguiça de crescer, e quando cresce, eu ter preguiça de cortar. Sabe aquela barba cheia? Cheia de falhas? Então, é a Pri.
Meus problemas capilares não começam ai. Quando eu era pequeno, por ter pêlos nas costas (finos, coisa de criança), meu irmão me botava medo dizendo que eu viraria um lobisomem. Eu quase me mijava (segundo minha mãe) toda vez que via a lua cheia...
Mas o pior aconteceu a poucos dias, estava na casa de um amigo, deitado, com a cabeça no colo de minha namorada que insistia em procurar cravos e adendos, quando levo uma fisgada. Minha namorada começou a rir compulsivamente, pensa que “nem por deus” ela parava. Quando finalmente falou algo, disse:
- Rafa, você tem um pêlo na testa.
Pensem que coisa mais bizarra. Sem querer (querendo) acabei arrancando aquele fio branco de 3 cm que brilhava no meio de minha testa.
Será um efeito retardado no meu desenvolvimento? Será que estou virando um lobisomem? Será que é a nova moda em paris? Será efeito dos sorvetes radioativos do panamá que eu insistia tomar com a testa? O que é, eu não sei, mas que ter pêlo na testa é bizarro...isso é!

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Falando em coisas bizarras, essa foto ai em cima é de um colega meu, o homem-bolha (também conhecido como Tato). Ele enche a camisinha com o nariz. Bizarro!!!

Aos trinta...(parte III)

sábado, março 18, 2006
- E quem vem a ser esses “novos humanos” Vanessa?
- A pergunta ideal é “quem foram os novos humanos?”. Sei muito pouco a respeito deles. Apenas que era uma sociedade de poucas pessoas, que buscavam algo maior que o prazer. Ah, sim! Eles mantinham contato pela internet, hoje conhecida apenas como Gnet.
- É. Lembro-me bem quando o Google superou a Microsoft, levando esta a bancarrota.
- Eles escreviam todos seus progressos em blogs. Em alguns desses que encontrei essas informações.
- E o que é maior que o prazer?
- Acredito que seja o sentido da vida, Rafael. E acredito que o nome “novo” venha daí. Humanos que soubesse pra vieram ao mundo. Tenho o pensamento que eles encontraram o real sentido da vida, ou ao menos tinha esse pensamento.
- Como?
- Haviam três blogs em questão. Nos dois primeiros encontrei sobre o assunto. Pelo que vi era um casal que fazia parte dos “novos humanos”. E eles citavam um terceiro blog em diversos momentos, indiretamente.
Nesse momento um frio repentino correu minha espinha. Aquela moça acabara de descrever nosso grupo. Havíamos formado aquele grupo logo após um bate papo on-line, eu, minha namorada (que depois veio a ser minha esposa), Selph e Ban, que nesse momento já haviam se casado. Todos jovens começamos a utilizar nossos blogs (com exceção de Natalia que não escrevia) pra divulgar nosso pensamento. Acreditávamos sim que havia algo maior que o prazer, algo que fazia que estivéssemos juntos, casal por casal, através de toda distancia que já havia nos separado. E esse seria o motivo da vida, o outro. Eu sabia exatamente qual seria o próximo blog.
- Um cara que não presta. Esse era o nome. Justamente o mais importante. Porém estava em branco, ou melhor...
Realmente, logo após a tragédia que levara minha esposa, eu havia chegado a casa, sem nenhuma lágrima no olho e apaguei todos os arquivos daquele blog. Arquivos que mostravam um cara feliz. Eu não era mais aquele cara. Só umas frases restaram...
-... ele dizia “não existe diferença entre nós meus amigos, todos voltamos ao pó. E assim, os motivos”
Aquela frase que eu tentava afogar toda a minha vida, por três anos, num copo de whisky. E que em toda manha ainda surgia estampada na cara de meus alunos e eu respondia “no longo prazo? No longo prazo meu aluno, como diria Keynes, todos estarão mortos”.
- Eu preciso encontrá-lo, por isso vim até o senhor. Posts dos outros dois blogs sempre falam para que ele “saia da adega em que se encontra, em Curitiba e volte a viver”. E se ele vier a este bar penso que o senhor, que sempre está aqui como disse meu primo, possa conhecê-lo.
- Desculpa moça, só conheço rostos. Não tenho o costume de conversar. Em anos você é a primeira com quem converso, além dos garçons. Sinto muito...
Aquela conversa tinha ido muito longe, todos meus fantasmas estavam à tona. E tudo porque aquela moça queria descobrir o sentido da vida, me encontrara no gnet e pensara que eu poderia lhe dar a resposta.
- É, uma pena. Tenho um recado para ele, e a busca já é longa demais.
- Um recado? Que recado?
- Nem eu entendi direito, mas prometi que iria lhe entregar. Uns três anos aproximadamente eu estava vindo pra cá, havia acabado um namoro de dois anos com meu namorado, tinha que enfrentar os estudos. Tinha apenas dezoito anos e fazia cursinho em Curitiba. No ônibus da viagem uma moça, de uns 22, 23 anos, se sentou ao meu lado. Ela estava feliz, voltando pra casa. Mesmo assim ouvia meus lamentos, e na hora em que me abraçou pra conter minhas lágrimas aconteceu o acidente...
Não podia ser o mesmo acidente, impossível...
-... ela me salvou com seu corpo. Fiquei presa entre as ferragens com ela. As costas haviam sido perfuradas, e nos últimos segundos de vida ela me disse “procure os novos humanos, procure um cara que não presta”. Sem entender, e desesperada, perguntei quem eram eles. “Leve um recado a ele” cortou minha fala, após isso ela me disse o recado, e faleceu. Eu fui a única sobrevivente daquele acidente. Tentei falar com ele após o acidente, mas ele havia sumido. Desde então procuro ele, sem sucesso...
Eu estava petrificado. Eu que havia pensado que a garota ia apenas me agradecer. Eu que não quis a ver. Três anos na escuridão. Havia perdido as palavras e com elas os cincos sentidos. Qual seria o recado? O que minha amada lembrara de me dizer em seu ultimo instante?
-... mas é isso. De volta a procura – ela dizia se levantando da mesa, jogando seus cabelos para trás num movimento outrora atraente, pegando as chaves em cima da mesa.
- Mas – também me levantando – qual era o recado?
- Outra coisa que ainda não decifrei. “Te espero no México”.
Abaixei a cabeça, mil pensamentos na cabeça, os cabelos longos encobrindo o rosto. Todos me olhavam no bar, quando de súbito ergui a cabeça, rindo como quando “ela” me disse que me amava pela primeira vez. Todos os sentidos voltaram.
- Jorge, aqui esta o dinheiro pelo whisky.
- Senhor, mas aqui tem 100 reais?
- Fique com o troco. E você Vanessa, sua missão foi cumprida. – o sorriso já tocava as orelhas.
- Como minha missão...? Você?
- Sim, eu sou um cara que não presta. E adeus. – virei indo em sentido a porta.
- Mas e o que você vai fazer agora? – ela como se tivesse levado uma pancada.
- Eu? Haha. Eu estou indo pro México.



E finalmente, acordei. Sim leitores, isso tudo que vocês leram foi um sonho. Sonhado em diversas noites. Cada sonho uma diferente parte. Quando juntadas as partes o compreendimento. Tudo para dizer que te amo Natália (não precisa que você morra pra eu admitir isso haha).
Peço desculpas às pessoas citadas, Selph e Ban, porém vocês estavam lá. Mesmo que os meus pensamentos não condigam com os vossos na realidade e que nunca nos tornemos “tão” íntimos, vocês estavam lá. Querem saber o que eu sonhei a mais sobre vocês? Que vocês eram um casal tão “iluminado” que sua história tinha virado até livro haha. Eu tinha meu exemplar autografado.
e a vida, essa continua...

Aos trinta...(parte II)

terça-feira, março 14, 2006
Tudo ia bem, tinha me casado com a moça mais linda e morava com ela em Curitiba. Dava aulas em uma faculdade particular após o término do meu mestrado. Ela procurava emprego como psicóloga. Nos amávamos, e em breve iríamos ao México passar nossa lua de mel.
O México sempre fora o sonho de consumo dela, era como um paraíso na sua visão. Não por causa de belezas naturais, e sim, pois naquele país ela via um lugar onde ninguém pudesse nos atingir, ninguém querendo nos separar, onde poderíamos ser felizes.
Ela, antes da viagem preferiu fazer uma visita para os pais, em Paranavaí, quando voltava ocorreu um acidente no ônibus em que ela estava, um acidente que a levara para sempre.
- Rafael, você está assistindo TV?
- Porque?
- Ligue-a na globo...
“O acidente que matou 39 dos 40 passageiros, ocorreu em um ônibus Paranavaí/Curitiba, após o veiculo ter se chocado com um caminhão de óleo vegetal. A única sobrevivente, uma jovem que entrou em choque após o acidente, teve sua vida salva pela passageira ao seu lado, Natalia...”.
Natalia, minha namorada, minha esposa, minha amante. Corri desesperadamente para o local do acidente, alguns amigos já se encarregavam do funeral. Quando cheguei ao local tudo que quis fazer foi encontrar meu amor, a menina que sobrevivera quis falar comigo. A ultima coisa que precisava agora era de alguém agradecendo pela morte da minha princesa, logo não dei a mínima pra guria.
Tudo me levara àquela vida que agora levava, um professor seco, sem vínculos, que passava suas noites num bar, se lamentando entre um copo e outro de whisky. E tudo se repetiu enquanto aquela garota de preto e vermelho me pediu ajuda, como num piscar de olhos.
- E como posso te ajudar...Ahn...Vanessa?
- Como sabe meu nome?
- Seu chaveiro diz Van...logo...
- Podia me chamar Vanusa.
- Mas não se chama.
- Preciso encontrar uma pessoa, e segundo minhas pesquisas, ela pode freqüentar um bar nessas proximidades.
- Quem é você?
- É uma longa historia. Uma promessa.
- E como ele, ou ela, é?
- Não sei, mas sei que ele participava de um tipo de sociedade entitulada “novos humanos”.
Como ela sabia dos novos humanos? Quem é aquela garota? Por que tudo surge novamente depois de tanto tempo?


continua...
Ali estava eu, sentado naquela velha mesa, tomando meu whisky, como fazia solitário há muitos e muitos anos. Toda noite em que me encontrava naquele bar me isolava de meus próprios pensamentos, de outras pessoas e da dor. Passava o tempo vagando de olhar em olhar, procurando conhecer perfis diversos, apenas pelo seu comportamento, nunca conversando.
Naquela noite, porém, aconteceu um fato que me surpreendeu. Já se passavam as 10 horas da noite quando ela chegou. De cima dos seus saltos de seu boot, toda de preto, com exceção de umas pulseiras e de sua camisa que eram vermelho sangue.
Já havia a visto por ali, fazia um bom tempo. Na outra ocasião havia entrado apenas para comprar um cigarro. Desta, ela se sentou. Abriu o cardápio e começou a correr os dedos pela parte de bebidas. Chamou o garçom, pediu algo a ele em tom de brincadeira, seu sorriso era estonteante. De repente notei que ela apontou para minha mesa, o garçom lhe disse algo e saiu de lado. Ao mesmo momento ela se levantara, estava caminhando em minha direção.
- Com licença. Será que eu poderia sentar-me aqui?
- Fique a vontade.
Sentou de fronte a minha cadeira, cruzando a perna direita sobre a esquerda num movimento mágico, ajeitando sua saia após o ato. Colocou suas chaves na mesa e apagou um cigarro no cinzeiro.
- Eu sei que não me conhece, mas eu conheço você!
Tantas horas ali sentado, litros e litros de whisky, e ainda não sabia que eu era. Todavia, uma jovem que nunca havia falado comigo dizia ter a resposta.
- Ah é? E quem eu sou moça?
- Rafael, e vem sempre a esse bar.
- Ah, claro. Está explicado o que Jorge, o garçom, te contou enquanto olhava para cá. Agora falta me dizer que o whisky que estou bebendo é um JW 12 anos...
- Mas eu sei coisas que um garçom não saberia.
- Bom, e quais?
- Você vem a esse bar para se isolar, pra pensar. Olha as pessoas tentando decifra-las.
- Estou impressionado(e realmente estava). Contudo moça, 80% dos clientes desse local buscam justamente isso. A paz que nesse local habita, é chamativa pra qualquer pessoa que queira pensar em seus conflitos. Você mesma, deve ter vindo por esse motivo.
- Não, na verdade não. Eu vim pra te ver.
Um súbito tremor surgiu em meus joelhos, será que Jorge realmente teria contado meu nome?Ou ela teria outra fonte? Qual seria o real motivo pra ela estar ali?
-Não é primeira vez que venho aqui. Na primeira passei com alguns amigos. Compramos um maço de cigarros...
-Marlboro...light...
-... Exatamente. Como você sabe?
- É o mesmo que você colocou no cinzeiro...
- Naquele momento te vi, você estava com um sobretudo preto, com um copo de cowboy como hoje. E achei interessante.
- E você veio aqui depois de três semanas pra me encontrar, mesmo sem saber que eu estaria aqui?
- Na verdade eu estava com vergonha de falar contigo. Então pedi para meu primo, haha, o Jorge, que me dissesse se te conhecia. Ai hoje...mas, quem disse que fazem 3 semanas que eu vim?
- Você falou...
- Não! É, bem que o Jorge me disse que você era muito observador.
- Mas o que você precisa de mim?
- Ajuda!



continua...

Obrigado Hellblazer...

quinta-feira, março 09, 2006
Sim, Hellblazer...

Sempre quis ter as guias do destino em minhas mãos.
Tu sabes que por muitas vezes as tive. Cometi erros, todos cometemos.
Isso me tornou forte, apesar de não muito sábio.
Ainda hei de totalizar minha apatia a demônios rastejantes.
Ontem refiz meu caminho pelo Meia-Noite, os demônios continuavam em festa pela nova leva de açoitáveis.
Sei que devo agir como guardião, deixando a caça para os caçadores. Quanto a isso fique tranqüilo. Minha conquista está deveras protegida.
Quanto a minha possível ruptura com qualquer um dos lados, saiba que apesar de alçar vôos cada vez mais altos, meus pés ainda estão no chão.
Todo anjo tem um pouco de demônio, e quanto maior a luz, maior a escuridão pode se tornar. Por isso ando a passos largos e firmes.
Continuarei a freqüentar locais como o Meia-Noite, preciso conhecer melhor as criaturas para me conhecer melhor.
Obrigado por toda atenção dedicada, espero em breve podermos saborear nossas conquistas em algum lugar, longe de anjos e demônios, longe do Meia-Noite.


... Semangeloph
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não entendeu? entre na brigada dos encapotados e entenda...ou não..
E o Calouro será abençoado, por derramar a cerveja sobre o copo.
Derrama Calouro
Derrama Calouro
Derrama sobre o copo o liquido


Fazia tempo que na universidade não havia trotes noturnos. Ontem conseguimos a façanha, reunimos diversas salas no bar mais famoso no meio universitário da cidade. Os calouros bebiam, pagavam, se sujavam e caiam, não necessariamente nessa ordem. Loiras geladas nos copos, loiras quentes em cima das mesas. Ah, que jovialidade, que espontaneidade, ai que nojo, o que ela ta fazendo ali no canto?...Urghhh.
E chega a nossa roda uma moça “levemente” alterada...
-Moços, têm fogo?
[era só dar um soprinho no bagulho e pronto, seu dragão!]
-Não, ninguém aqui fuma. Foi mal. – um amigo respondendo
-É que somos todos santinhos – eu entrando na piada, digo, conversa
-Vocês santinhos? Duvido, meninos bonitos como vocês devem aprontar um monte.
[pela lógica você seria uma santa]
-Que nada, somos todos nerds. Olha, os quatro usam óculos, estamos todos de caderno na mão. – eu quase rindo
-É, mas não estão na aula, estão aqui bebendo. – ela querendo nos pegar no pulo.
-Sim, é que estamos no intervalo da aula. A próxima é nossa primeira aula de política econômica, estamos apenas nos preparando “a lá Yeltsin”. – essa eu tirei do fundo
[risos incontidos]
-Gostei de você – ela ainda com o cigarro na boca, apagado.
-Que horas são mesmo? – eu tinha que me sair daquela de qualquer jeito
O cara tira o celular do bolso, me fala as horas e guarda...Ela, por sua vez diz:
-Olha o celular, tira foto, toca musica, rádio...
[é, passa roupas, aquece o chocolate, barbeia, dança tango...]
-É, serve até como telefone... – tive que soltar essa
Depois ela ofereceu um suco gummy que ela carregava (ninguém aceitou) e foi procurar fogo.
Vocês podem pensar que eu fui grosso ou algo do tipo. Mas a guria estava precisada de alguém. Quando nossa roda viu novamente a guria ela estava sentada sozinha. Esperando. Um rapaz chegou e sentou ao lado, pra tentar puxar papo. Ficou ali um tempo, tempo demais pra “pegar” aquela guria. Quando finalmente, depois de uma hora, deu um beijo e levou um susto. Todos em volta começaram a aplaudir. Não foi só nosso grupo, foi o bar por completo. Depois ele não beijou mais ela, enrolou um tempão (de mãos dada, corajoso o menino) até sair com ela, pra onde eu não imagino (heheh!!).
Sobre a aula de política ....Ahm...Que aula?

Domingo não presta....

segunda-feira, março 06, 2006
Só fui perceber o quanto estava exausto quando acordei na rodoviária, para fazer a baldiação.
Meu corpo pesado, soma de ter acordado as 05:00 e enfrentado até ali horas de viagem(fora o cansaço acumulado da semana puxada de trabalho).
Quando novamente acordei, já na minha cidade, só foi pra carregar meu corpo até minha cama, uma caminhada de pouco mais de um quilometro, não sentia os pés...
Será que estou ficando velho?
Hoje levantei com a tosse mais forte, tomei um banho, acordei...
Acordei com um sorriso do tamanho do meu rosto, de orelha a orelha...bobo
Acordei com vontade de te dar um beijo, sentir seu gosto...
Dar-te um abraço quando você chegar da aula e perguntar..."como foi seu primeiro dia?"
Te dizer que todas as loucuras que fiz compensaram...você me compensou por elas
E se alguem me perguntasse eu diria que vale a pena
Diria que seu sorriso vale a pena
Na cozinha, com uma baita fome.
-Oba, costela!!!
-É, mas comer só depois de chamar sua filha Sandrinha...
-SANDRINHA!!! VEM COMER CARAMBA!!!
-Mas é um grosseirão. Ela deve estar com o som ligado, não vai te ouvir...E por falar em grosseria, acho que você devia conversar com ela...
-Por que eu? Você é a mãe, você que tem que conversar com ela!
-Porque ela também é sua filha. Ela já tem 13 anos e você nunca conversou com ela. Se eu soubesse que ia ser assim tinha feito o aborto e aproveitado melhor meus quinze anos.
-Lá vem você com esse papo de novo...Ta bom, vou lá chamá-la pro jantar e aproveito pra conversar com ela...
Entrando no quarto, sem bater...
-Sasa, a sua mãe ta...Opa...O que é isso!?!?
A filha apática...
-Maconha
-Sua vagabunda, eu te sustento pra você ficar fumando maconha no quarto? É isso? ...Digo, minha filha, eu sei que tenho culpa nisso também...Se eu não tivesse sido um pai tão ausente talvez você não estivesse consumindo drogas. Me desculpa? Diga-me ao menos a quanto tempo fuma...
-Maconha?
-Você fuma outra coisa?
-Às vezes...
-Puta que pariu...Digo, ta bom. Mas desde quando fuma maconha?
-Comecei logo depois que perdi a virgindade...
-Caralho!!! Que porra é essa?? Sua vadiazinha, você só tem treze anos!!! (...e você nunca conversou com ela...) Ta bom, e conta pro “papai” quantos anos você tinha quando perdeu a virgindade...
E deixando o pai de boca aberta (novamente) a filha responde...
-Olha pai, eu tinha onze. Agora só não venha me perguntar com quem, porque eu estava num porre desgraçado e não lembro do nome daqueles dois!
-Me dá esse cigarro!!!