Copo de uísque

Um Cara Que Não Presta

Segue a descrição plagiada de um site: "O Cara Que Não Presta ao qual me refiro é aquele desgraçado que é inteligente, engraçado, divertido, culto, acha futebol um saco e nunca fala sobre carros. De preferência, ele nem sabe dirigir."

Que se perca no oceano e nunca seja encontrado
Seja exatamente como os outros que vieram antes
A pergunta nata (nascida) continua em minha cabeça
A resposta sempre esteve conosco
Mas não a vimos, pois somos ela.
Não está em nós, mas nós estamos nela.
E tudo escrito no corpo do anjo acima do barco
Somos seu corpo, jovem, cheio de cicatrizes
Somos seu sangue que ferve de paixão
Somos seu rosto novo e belo
Somos suas duas asas, sempre próximas.
Que voam por liberdade
Mas sempre juntas
Encontramos tempestades no oceano
Ventos contra, votos contra.
Isso nos marca, mas dá forças.
Dá forças ao nosso amor
Concretiza-se a resposta
O que nenhum livro ou poema te dirá
Nem mesmo este.
Era tarde e a lua já brilhava com toda sua força, quando seu telefone tocou:
- Adolf? É você?
- Sim, pode falar Mariana.
Adolf sempre fora um ótimo ouvinte, apesar de nunca ter uma boa audição. Mas aquela voz nunca passaria despercebida, pois era a voz da menina de seus sonhos. A voz de Mariana era daquelas que fazem nosso coração bater mais rápido, nossos ouvidos ficarem mais aguçados, nossa boca trêmula e, em alguns casos, é possível até sentir o cheiro da dona da voz.
- Eu queria conversar... ahm...será que você...será que...
- Quer que eu vá ai?
- Preciso.
Mariana era vizinha dele e logo ele estava lá. A casa dela era coberta de tapetes persas, além de muitos outros detalhes “árabes”. Toda vez que Adolf chegava lá reparava em cada detalhe. Ao chegar à sala, onde ela se encontrava, pegou na mão uma xícara detalhada que ele gostava de segurar, a asa era banhada a ouro e dava uma sensação de riqueza a ele.
- Você gosta desta xícara, não é? Um dia dou ela a você.
- E sua mãe te corta a cabeça.
- É, mas você merece.
- O que aconteceu?
Então ela pôs-se a narrar um de seus muitos amores a ele. Adolf, por ser dois anos mais novos que ela, nunca acreditou que seria ele um daqueles, mesmo com o desejo que sentia por aquelas carnes. Logo, ouvia pacientemente todas as história e às vezes arriscava algum comentário.
Naquele dia, porém, a conversa foi se desenrolando naturalmente, e apesar de seus treze anos Adolf começou a sentir um calor em seu corpo. O desejo que surgia era atiçado pela pequena que vestia apenas seus pijamas. E quando é puxado para o assunto com um susto, ou melhor, uma pergunta:
- Adolf, você me beijaria?
A resposta era tão óbvia que seus lábios se pregaram e a única coisa que saiu foi:
- Ahm?
- Isso mesmo. Você me beijaria, agora?
- Mas por quê? – recuperando-se do baque que a pergunta havia provocado.
- Porque eu preciso, porque eu estou pedindo...
- Então a resposta é não. Mesmo podendo te garantir que isso é o que meu corpo deseja. Se eu te beijo agora, você estará me usando pra esquecer esse cara, e eu não vou passar de uma piada na tua vida. Agora, quando for “porque eu quero”, ou ainda, “porque te desejo” minha resposta será muda, com um beijo que jamais esquecerás.
E esse beijo nunca aconteceu, assim como nunca ganhou aquela xícara, não lhe pertencia. Foi a primeira vez que Adolf, um cara que não presta, dispensou um beijo. Naquele tempo se arrependeu profundamente, mesmo sabendo que havia se portado de forma correta.

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Destino: a história de Adolf, um cara que não presta assim como eu.
Destino...
Destino II
Destino III
continua...

Manifesto Alcoolatra

domingo, agosto 20, 2006
Desde pequenos somos instruídos a pensar que o álcool, assim como qualquer outra “droga” vai nos prejudicar em nossas vidas. E mesmo que, por diversas vezes, vejamos que todos bebam, desde ídolos a nossos próprios pais, ainda recebemos uma massiva carga de “É proibido”. Quando pequeno, a historia de dois tios meus chamaram-me a atenção. Um alcoólatra e um “sujeito normal”.
O primeiro era o cara da família mais bem aceito pelas mulheres. Mas caiu na bebida e por isso teve que passar por clínicas de tratamento. Parou de beber, e passou a ser uma pessoa melhor. Agora, pouco tempo atrás, voltou a beber. Não o culpo, a bebida lhe dá forças. Força para enfrentar tudo que ele enfrenta. Coisas tais que eu mesmo acredito não suportar.
O segundo sempre foi um cara “bom”. Porém, eu nunca gostei dele. Quando ele bebia também ganhava forças. Mas essa força não era pra ajudar a superar algo, a não ser a sua própria covardia. Ele se tornava o machão. E todos perto sofriam com isso. Até que se converteu para uma religião “qualquer” e sua força passou a ser a “fé”. Pessoalmente sei que sua fé é linda perante os familiares, mas o que lhe dá forças distante é o mesmo liquido que ao primeiro.
Chego à conclusão que não é o álcool que faz a pessoa. E quem decide o que fazer com a força que ganha do álcool ou de qualquer entorpecente é a pessoa. (tanto que há casos de maconha utilizada como anestesia).
Para mim, o álcool é algo bom. Adoro o gosto do whisky, cerveja, conhaque, etc... Minha mãe sempre disse que me tornaria um alcoólatra, e se ela ler esse texto terá mais medo ainda. Pois bebo também pra escrever. Ele libera meu pensamento, e acredito que é melhor utilizar essa “liberdade” na frente de um computador do que em bares, cantando qualquer gostosa que passe. Tenho dito...
- Garçom, a conta!
“Quem a pedra certa atirar uma surpresa terá”


Isso estava escrito em uma placa à beira do rio mais enevoado que eu já havia visto. Aquela paisagem no interior do Paraná não era tão comum, muito menos uma placa com tais dizeres. Estávamos em três sujeitos, três amigos. Ao que Pedro diz:
- Alguém entendeu algo, ou isso parece tolice para vocês também?
- Tem algo estranho por aqui. Sempre acampamos por aqui e nunca vi essa névoa. – disse eu.
- Vejam, três pedras – exclamou Alex, o mais novo.
Nem havíamos notado, mas ao lado da placa de madeira antiga estavam três pedras. Uma verde, parecendo esmeralda bruta; a segunda grafite e tinha aspecto de pedra de construção suja de pó de cimento; a terceira era a maior e era transparente como diamante. Cada um pegou uma e voltamos a olhar a placa. Era óbvio que uma delas era a certa. Mas qual?
- Aqui tem uma inscrição “atire” – Alex que segurava a pedra transparente – vou atirá-la!
E assim foi, atirou a pedra. Todos vimos a pedra entrar para névoa, e depois de dois segundos Alex ser alvejado por tiros vindos de todos os lados. Não havia dúvida, estava morto nosso amigo.
Pedro e eu entramos em pânico, estávamos em uma história como aquelas que vemos nos livros, e Alex era um daqueles que morrem primeiro.
O suspense demorou um tempo até que eu virei a minha, a pedra grafite:
- Olha, a inscrição dessa é apenas um “a”.
- E na minha está “pedra”, “atire a pedra” – Pedro que pensou e concluiu – só pode ser isso, atire a pedra, e a pedra é a minha que está escrito pedra.
- Não tenho tanta certeza – ponderei.
- Cala boca Rafael, o Alex acaba morrer e você ainda não quer ver o que está na sua cara. Eu vou atirá-la. – e assim o fez, atirando a pedra quer sumiu contra a névoa.
Houve um silêncio e esse se tornou perpétuo para meu amigo, que logo tornou-se pedra.
Não agüentei um amigo ensangüentado e o outro petrificado, cai no chão e as lágrimas corriam. Minha pedra correu para a beira do rio e eu me levantei pra chutar a placa. Não sabia o que fazer até que veio a minha mente “se eles morreram tentando, de que vale minha vida covarde?”
Fui até minha pedra e a peguei. Ao rever a inscrição vi que a água havia retirado o pó que cobria a pedra, e facilmente pude ler por completo “esta”, “atire esta pedra”. Se tivesse limpado a pedra antes talvez nem Alex, nem Pedro, teria morrido. Apanhei a pedra e atirei com todas minhas forças contra a névoa.
Uma, duas, três, quatro e cinco quicadas na água até sumir na névoa. E “Pahhhh”.
Fiquei ali, esperando quando um clarão quase me cegou. Ao recuperar a visão só tive tempo de ver a pedra voando em direção a minha testa e uma voz no fundo.
“Atira a mãe pra ver se quica!”

Moral da história: Se dois de seus amigos já morreram tacando pedras na névoa por que você tem que dar uma de idiota e fazer o mesmo?
Acordei com a brisa suave de teu sorriso
Que descolava de meu rosto um beijo molhado
Despertando-me do sono sem aviso
Que havendo seria facilmente ignorado

Acordei com o forte abraço amigo
Com bafo senti-me envergonhado
Vem o beijo novamente desavisado
Deixando-me livre, limpo, purificado

Ah, se toda manhã fosse como esta
Minha vida seria uma eterna festa
Seria tudo como sempre quis

Ah, se fosse eterna manhã em Curitiba
Acordado entre beijos de minha querida
Em seu sorriso eu seria feliz
Todo fim é um começo
Todo presente se tornou passado
Apenas um corpo no silêncio
Apenas um corpo estirado

Mas próximo é visto o futuro
Mas tão quanto é o escuro

Todo começo é intenso
Todo futuro ameaçado
Por um leve fracasso
Outrora ignorado

Agora está tudo encomendado
Agora estás todo enrascado

Todo passado foi falso
Todo começo menosprezado
Um passo ao regresso
O forte fragilizado
- Durante o sono soltei a costura do cobertor, olha!
- Já devia estar solta, Rafael
- É, devia...

Mas não estava eu sei. Desde pequeno tenho esse “dom”. Apesar de meu sono ser pesado como o sono eterno de uma montanha. Ainda assim, consigo desatar três camadas de nós do meu cobertor. Nós que acordado não consigo soltar sem o auxilio de uma boa tesoura ou faca. Nós que não posso desatar sem cortá-los. Mas desato sem ao menos amassar a linha, durante o sono.
Quando pequeno qualquer coisa que tivesse nó e estivesse perto de mim durante a noite era simplesmente desatado. Porém, nunca me lembrava do que se passava. Agora grande desenvolvi (e ainda desenvolvo) uma capacidade, a de lembrar meus sonhos. Desde o cochilo no ônibus voltando pra casa, até em piscadas mais demoradas tenho estado em brigas, por qualquer motivo. E assim foi essa noite, briguei com várias pessoas, de porrada mesmo. E quando não tinha mais forças comecei a tossir, estava com a linha e parte da barra do cobertor me sufocando. Acordei.
Meu dia foi calmo, mas fiquei encucado. E agora, hora de ir pra cama, vou lá no varal, pegar meu edredom, aquele de bichinhos, que ganhei quando nasci, que mesmo molhado me dará um conforto maior.
Caso alguém tenha se preocupado com esse meu acesso de loucura, depressão e esquizofrenia, pode ficar tranqüilo, amanhã estará tudo bem. Afinal, eu sempre fico bem.
De todas as magias ocultas, de todos os cães sarnentos.
De todo o tempo, e de tempos em tempos.
Surge o espírito que me queima em chama azul e vermelha
Trazendo à tona tristes uivos entre faíscas e encantos

Após tantos mares de corações despedaçados
Após tanta carne descolada de corpos como casca podre
É o meu peito que sangra com uma flecha prata
Forçando meus músculos com a morte de um sorriso

A força que outrora destruída, ressurge inimaginável.
Com crianças berrando aos meus ouvidos
Canções de imensa de dor, sofrimento e prazer.

E na grandeza do pântano negro de meu pensamento
Surge o feroz e voraz sentimento
Em sua forma clara e perfeita, meu unicórnio.
Só quero um pedacinho mas você me dá uma migalhinha
Eu nem sou de comer tanto
Mas você eu almoço e janto
Ououououououo
Giselda
(ultraje a rigor - giselda)


Houve um tempo que havia uma sociedade alternativa em mim, formada basicamente por platelmintos (tênias). Uma sociedade que partilhava seu pão, e vivia em paz. Porém vieram tempos difíceis (quando comecei a morar em republica) quando a comida passou a ser racionada. Seguindo o conceito darwiniano só as mais fortes sobreviveram. Também pois essas se organizaram e elegeram uma líder, seu nome: Giselda. Para a sobrevivência geral foi instaurada a ditadura, ou ditamole como preferiam chamar (referenciando a flexibilidade das solitárias). Quando veio a bonança surgiram revoltas contra a ditamole e a sociedade organizada virou um caos.
Essa revolta me deu uma baita infecção no sistema digestivo, passando dias de rei (do trono pra cama, da cama pro trono). Fui drogado de maneira brutal e muito sangue foi derramado. Finalmente todas foram eliminadas do meu corpo. Todas, menos uma...GISELDA!!!
Desde então fizemos um acordo, ela e eu. Nenhuma outra solitária habitará mais meu corpo, somente ela. Ela ganha toda comida que puder comer( e pensa um bichinho que come!!!) e eu nunca mais tive problemas digestivos...Hoje em dia ela já tem 20 metros e ocupa além do meu sistema digestivo, parte de minhas pernas (antes eu tinha pernas ocas para onde ia o alimento, motivo pelo qual não engordava mesmo antes das solitárias).
Vivemos em paz...